"TUDO JUNTO E MISTURADO"! Efésios 4.1-6
Nosso chamado é único: preservar a unidade da igreja no Espírito, pelo vínculo da paz.
συνδεσμος sundesmos
de 4862 e 1199; TDNT - 7:856,1114; n m
1) aquilo com o que se amarra, atadura, laço
1a) dos ligamentos pelos quais os membros do corpo humano são unidos
2) aquilo que é amarrado junto, pacote
Os três primeiros capítulos nos dão a teologia, a parte teórica da carta, os conceitos que precisamos saber para podermos entender a razão de ser desse novo procedimento que é requerido de todos nós, cristãos. A partir desse capítulo, especificamente dos versículos 1–6, Paulo começa a nos desafiar para a vida prática que Deus espera que apresentemos afim de que o mundo perceba a diferença de uma vida transformada por Cristo.
desmós [prisão], désmios [prisioneiro]
A prisão de Paulo (literalmente “grilhões”) tem uma significância religiosa especial em expressões como désmios Christoú Iesoú (Ef 3.1; Fm 1.9), désmion autoú (2Tm 1.8), désmios en kyríō (Ef 4.1) e cf. Fm 13 e Fp 1.13. Ser realmente preso é o que está por trás do uso, mas o verdadeiro cativeiro é o de Cristo, por quem se sofre e a quem a vontade própria é oferecida em sacrifício. Em resposta à ideia de que Paulo aqui tomaria emprestado o conceito encontrado nos mistérios segundo o qual katochḗ precede a dedicação final, deve ser observado que Paulo, em lugar algum, se refere ao aprisionamento como penúltimo estágio antes de estar com Cristo (Fp 1.23). A prisão é símbolo de toda sua vida e ministério.
A nossa vocação é dupla. Devemos mostrar que somos nova criação, membros do corpo de Cristo e isso implica que não há mais diferenças. Judeus e gentios formam um só povo, o novo povo de Deus. Juntos formamos a família de Deus. Juntos formamos a Igreja que é o seu corpo e representa Jesus a esse mundo perdido e cheio de divisões e ódio. Mas, a nossa chamada, a nossa vocação, implica também numa vida santa, numa vida diferenciada, implica num viver digno.
Humildade, conforme Stott (2001, p.105), aqui significa humildade de mente, isto é, o reconhecimento da dignidade e do valor dos outros.
Mansidão é a qualidade da pessoa que se controla, que se domina.
Longanimidade é definida pela própria palavra, é ter um ânimo longo, é estar sempre animado, esperançoso com alguém, principalmente com um outro cristão.
Conforme Rienecker (1985, p.393), essa expressão vem do grego anechomenoi, cujo significado é ter paciência com alguém até que termine a provocação. Suportar é servir de suporte, é escorar o irmão, mesmo que haja insultos, amargura e rebeldia.
Para os gregos eirḗnē denota, primariamente, um estado, não um relacionamento ou atitude. É o oposto de pólemos (“guerra”). Está ligado a tratados de paz ou acordos de paz. Também é o oposto de distúrbio. No negativo, pode denotar uma atitude pacífica, ou seja, a ausência de sentimentos hostis.
Um só Espírito, pois ele é o fôlego da vida, o sopro que deu vida. O Espírito Santo é o fôlego vivificador do corpo de Cristo, a Igreja. “Não pode existir igreja sem o Espírito Santo”.
Um só Senhor, declaração que os primeiros cristãos professavam e que um dia todos os seres proclamarão: Jesus Cristo é o Senhor (Fp 2.11). “Esse termo se usa para amo em contraste a servo ou escravo. Os cristãos estão todos unidos porque todos são possessão de um amo e rei e estão a seu serviço.
Barclay (1973, p. 148), acertadamente diz que todos marchamos tendo em vista o mesmo alvo. “Podem ser diferentes os nossos métodos, nossas organizações e algumas doutrinas, porém estamos lutando para uma única meta: um mundo redimido em Cristo”.
Um só Deus e pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos, essa maravilhosa “descoberta” cristã, não é que Deus seja rei ou o grande juiz, mas sim “Pai”. Pai de todos no sentido de que ele ama a todos.